Thursday, September 10, 2015



 



MUNICÍPIO DE QUELIMANE
CONSELHO MUNICIPAL
PRESIDENTE
AV. Josina Machel nº558, Caixa Postal nº 68, telefax: +24213218, email: cmcqgp@gmail.com- Cidade de Quelimane

CARTA ABERTA AOS PARTICIPANTES DA III CONFERÊNCIA NACIONAL RELIGIOSA


Senhor Presidente da República de Moçambique, Excelência,
Senhor Governador da Província da Zambézia, Excelência,
Senhor Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Excelência,
Senhores Deputados, Excelências,
Senhores Membros do Governo, Excelências
Senhores Presidentes dos Tribunais Judicial e Fiscal Provincial, Excelência,
Estimados Líderes Religiosos,


Sejam bem vindos ao solo municipal Quelimanense! Sejam bem vindos a terra da galinha a zambeziana e da mukapatha! Sejam bem vindos a terra das bicicletas e do nyambaro!

Permitam-se iniciar esta Carta Aberta dirigindo palavras de louvor e aclamação à Sua Excelência, Senhor Presidente da República, Jacinto Filipe Nhussi, entanto que o Mais Alto Magistrado da nossa Republica. As nossas palavras de louvor e aclamação são estendidas à toda prestigiosa Assembleia Religiosa que partindo de diferentes cantos do nosso país e do mundo, se juntaram a nós para partilharmos experiências, ensinamentos, princípios e valores religiosos que no dia-a-dia transmitimos aos nossos crentes, as nossas comunidades religiosas e aos nossos povos.

Agradecemos aos organizadores do evento por terem escolhido a nossa cidade, o nosso município, como sendo o altar apropriado para realização desta III Conferência Nacional Religiosa, num momento tao precioso da historia da nossa patria. Ao nossos ver, alguns factores influenciado a escolha do Município da Cidade de Quelimane para a realização deste reencontro religioso. Para além de uma opção meramente logística, relevante no contexto em que nos confrontamos com a crise financeira e os apelos da racionalidade económica e financeira, acreditamos que a vossa escolha também deveu-se ao facto da Província da Zambézia e o Município da Cidade de Quelimane desempenharem um papel importante no desenvolvimento e expansão dos princípios e dos valores religiosos da fraternidade, do amor à Deus e ao próximo. Somos uma Província religiosamente heterogénea com a capacidade de aceitarmos de forma tolerante e fraterna, todos os tipos de diferenças. Somos reconhecidos como uma Província heterogénea, pluralista, com maior número de crentes professando diferentes religiões, entre elas:
·         Católica,
·         Anglicana
·         Islâmica
·         Sião/Zione
·         Hindu
·         Religião Evangélica/Pentecostal - inclui as Igrejas Adventistas, Apostólicas, Baptistas, Evangélicas, Luteranas, Metodistas, Presbiterianas,

A província da Zambézia de que somos capital, é um verdadeiro mosaico religioso onde 40.0% da sua população professa a religião Crista na sua vertente Católica. De acordo com os dados oficiais, a população que professa a religião Islâmica representa entre dez a vinte por cento da população da Zambézia. E desta, maior parte é da zona urbana (10.8%). As outras religiões: Zione, Evangélica, Luterana, Metodista são professadas por 14.6% da população da Província. Os desafios da evangelização na província ainda persistem. Temos 15.2% da nossa população que não professa nenhuma religião. A despeito das diferenças doutrinais, as diferentes instituições religiosas existentes nesta Província estão unidas por uma visão comum do mundo que ancora toda a vida na autoridade de um ser Sagrado e num ethos compartilhado que se expressa através do amor, da paixão e da fraternidade entre os homens.

A nossa Constituição da República de Moçambique estabelece que somos um Estado laico. A laicidade do Estado assenta na separação entre o Estado e as confissões religiosas. Mesmo com esta dimensão da laicidade, precisamos de reconhecer o importante papel das confissões religiosas na moralização da sociedade moçambicana, de um lado, assim como, precisamos de reconhecer e valorizar as actividades das confissões religiosas visando promover um clima de entendimento, tolerância, paz e da fraternidade, o bem-estar espiritual e material dos cidadãos e o desenvolvimento económico e social. A análise que fizemos a este pressuposto constitucional leva ao entendimento de que, embora, Moçambique seja um Estado Constitucionalmente laico, o Estado nos seus mais diversos níveis privados e público da sua actuação funda-se nos princípios e valores religiosos da fraternidade, do amor ao próximo. Estes princípios são valores e princípios que nos inspiram para o respeito, a tolerância, o amor ao próximo, a fraternidade e a filantropia que cada um de nós, como líderes religiosos, dirigentes das instituições públicas ou privadas.

Em Moçambique, na Zambézia e em Quelimane particularmente, nos mais diversos processos históricos e políticos, as confissões religiosas desempenharam, diferentes papeis quer nos processos de desenvolvimento político, económico e social, assim como de reconciliação nacional. Refira-se que durante os conflitos armados, que terminou com a assinatura do Acordo geral de Paz e a assinatura do Acordo de Cessação de Hostilidades, as confissoes religiosas, como maior destaque para a Igreja Católica e o Conselho Cristão de Moçambique defendiam junto do governo e nao so. a política de reconciliação nacional.Por isso, no actual diálogo político em que a Paz e Estabilidade Política estão sendo ameaçadas, as Instituições Religiosas são convidadas a tornarem-se mais actuantes na busca dos caminhos da Paz e da Estabilidade Nacional. 


Neste momento crucial da historia da nossa jovem democracia, seria importante recordar a Primeira Carta Encíclica de Paulo aos Coríntios quando dizia o seguinte: ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos e não tivesse o amor, seria como o metal que soa ou como o sino que treme. A carta do Apostolo Paulo é uma das mais belas obras religiosas que encontramos na Literatura e que achamos relevante partilharmos com os membros das diversas confissões religiosas presentes nesta III Conferência Nacional Religiosa e nao so. O apóstolo Paulo inspirou-se de um antigo hino cristão e o adaptou para ajudar os leitores da carta a entenderem seu recado e transmitirem a pedagogia do amor, da fraternidade, da compaixão e da esperança. Paulo recorda-nos que o maior Dom que possa existir na vida é o amor e a fraternidade dedicados à Deus e ao Próximo.

O que Paulo afirma na sua carta dirigida aos Coríntios também está em Mateus 22, 34-40 34. Sabendo os fariseus que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se e um deles, na altura entendido como o Doutor da Lei, perguntava a Jesus Cristo para pô-lo à prova: Mestre, qual é o maior mandamento da Lei de Deus? Respondeu Jesus:
-          Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de toda tua inteligência. Estes são os primeiros e maiores mandamentos;
-          Amarás teu próximo como a ti mesmo.
Nesses dois mandamentos encontramos a inspiração, a fonte da luz, da esperança que orientam os profetas, as confissões religiosas. Nestes mandamentos, as instituições do Estado e os municípios devem buscar a fonte de inspiração e de actuação na defesa da fraternidade e da irmandade.

Encontramos também dentro dos pilares do Alcorão a fé da nossa religião islâmica que se opõe à exclusão, a separação, ao abandono, a discriminação e estigmatizarão do próximo. No final da Surata Al Bacará diz: Todos os crentes creem em Allah, em Seus anjos, em Seus Livros e em Seus mensageiros. Nós não fazemos distinção entre os Seus mensageiros.” (Alcorão Sagrado, 2:285). Essa ética divina invocada pelo Alcorão é seguida por todo muçulmano que visualizam todos os profetas e mensageiros com todo o respeito, porque todos foram enviados por Deus com uma só mensagem: o de adorarmos somente a Allah, e não Lhe atribuirmos parceiros. Portanto, são irmãos na convocação das pessoas para a senda de Deus.

Meus Senhores e minhas Senhoras,
Realizamos a III Conferência Nacional Religiosa num momento em que o país confronta-se com dois principais desafios nos quais em cada dia a Paz e a Estabilidade Política encontram-se ameaçadas.
O primeiro desafio tem o carácter político: nos últimos dias, adensou o clima de desconfiança e tensão que envolve a política moçambicana desde as eleições de 2014 e que levou aos confrontos armados de Julho, na província de Tete. O ambiente de tensão que estamos vivendo tem revelado que apesar da Paz alcançada em 1992 o processo de reconciliação, da consolidacao da democracia, do amor e da fraternidade nacional ainda continuam sendo frágeis. Negociamos armados, inspirados no odia, na vinganca! Negociamos para aldrabar o outro, para humilhar e espezinhar o proximo! Negociamos para derrotar ao proximo e podermos proclamar a nossa victoria! Um acordo que cria vencidos e vencedores nao e, e nem sera, a solucao para os problemas de uns e de outros! Um acordo baseado nesses principios e com toda a certeza, a materia prima para o proximo troar de armas entre irmaos! Por isso, se quisermos encontrar uma solução sustentável em relação às reivindicações apresentadas por uma ou por outra formação política, deveremos alterar o nosso paradigma de análise e observação do espectro de conflito em que o nosso sistema político pode estar atravessando. Caros líderes religiosos, caros parlamentares, membros do governo, do corpo diplomático, membros da sociedade civil amantes do povo mocambicanos. O melhor medico nao aquele que nos receita o remedio mais doce, menos amargo, ou menos doloroso, mas sim aquele que nos receita a medicacao correcta, por mais amarga ou dolorosa que seja! O melhor amigo nao aquele que nos elogia, mas sim aquele que mesmo sabendo da nossa possivel reaccao tem a coragem de nos dizer a dura verdade sobre nossos actos e pensamentos! A persistência do conflito em que o País vive e tem dificuldade de supera-lo passa necessariamente pela necessidade de superação de alguns preconceitos negativos com os quais fomos socializados desde a nossa infância, a adolescência e teimamos em ainda conviver com eles. A sociedade moçambicana precisa de desconstruir o conceito oposição=inimigo que deve ser extirpado e excluído do campo político nacional.  Precisamos de aceitar com humildade, o pensar diferente com o sentido elevado da fraternidade, do amor e carinho ao próximo! Todos, independentemente das nossas diferenças, pertencemos a este espaço, chamado Mocambique Como filhos de Deus merecemos todo o respeito, a dignidade, o amor e a concórdia. É dentro destes princípios onde enquadramos o discurso do Senhor Presidente Felipe Nhysi quando declarou-se disposto a encontrar-se com o líder da oposição para falar da Paz, da Reconciliação e do Desenvolvimento e ultrapassar o potencial de risco e da guerra. Excias, o mundo onde o nosso pais se encontra, esta numa competicao intensa entre regioes e entre paises! Enquanto nos distraimos com querelas internas, outros paises vao tomando aquele que e e deverioa ser o nosso lugar no ‘Concerto das Nacoes’! Quando acordarmos, ja o comboio do progresso tera apitado tres vezes e partido...

O segundo desafio nacional tem um carácter económico: apesar de todos esforços feitos pelo Estado e pelas confissões religiosas que lutam em prol do desenvolvimento e crescimento económico, a maior parte da população moçambicana vive com níveis de pobreza bastante alarmantes. A pobreza e a desnutrição continuam com níveis bastante elevados. Nos últimos anos, o crescimento do consumo per capita diminuiu drasticamente e a corrupção permanece alta. Nas zonas rurais prevalece a baixa produtividade em virtude do baixo acesso aos fertilizantes e insumos agrícolas, fraco acesso ao crédito e falta de infra-estruturas. Estes e outros aspectos concorreram para que o cumprimento das metas dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio (ODM) não fosse atingido.

A exclusao economica e uma ameaca a paz e por isso deve merecer a atencao de todos os actores, incluindo as confissoes religiosas.

Confrontados com os elementos do contexto político e económico, em que o país esta vivendo actualmente, existem três passos importantes que exigem uma reflexão:

a)    Primeiro, precisamos de desenvolver uma Campanha em favor da Fraternidade, da Concórdia e da Reconciliação Nacional. A proposta de uma Campanha em favor da Fraternidade, da Concórdia e da Reconciliação deverá envolver todos os moçambicanos sem distinção das suas cores políticas, religiosas, culturais e nem étnicas. Com base nessa campanha deveremos assumir que cada um de nós, líderes religiosos, políticos e dirigentes sejam inspirados pelo princípio do Apóstolo Marcos que nos ensina a ‘vivermos para servir o povo e não para nos servirmos do povo’.

b)    Segundo, para além de uma Campanha Nacional em favor da Fraternidade, da Concórdia e da Reconciliação, precisamos de estabelecer um compromisso colectivo entre as Religiões e o Estado para que se reflicta no respeito da Dignidade Humana, bem como na Justiça Social, no Serviço da Igreja à sociedade. Aparece a preocupação das lideranças da Igreja com o seu agir direccionando a sugestões pastorais para a vivência da Campanha da Fraternidade nos diversos locais de culto e nao so como as mesquitas, dioceses, paróquias, Sinagogas e comunidades.

c)    Terceiro, o projecto e a visão social que precisamos de estabelecer devem colocar no centro da sua agenda a importância da dignidade humana, do bem comum e da justiça social. Precisamos de reforçar o papel das Religiões e coloca-la ao Serviço da sociedade. Precisamos de reflectir muito mais o papel das lideranças da Igreja com o seu agir fraterno direccionando sugestões pastorais para a vivência da Campanha da Fraternidade.

Terminamos esta Carta Aberta reiterando que cada um dos crentes das nossas confissões religiosas; Cada um dos membros das nossas comunidades; cada um dos membros das nossas formações políticas; cada um dos membros das nossas instituições públicas ou privadas precisam do amor,da fraternidade, da justiça (social, politica e social, e da concórdia, enfim da INCLUSAO. As nossas confissões religiosas desempenham um papel importante para o alcance destes valores preciosos procurados por todos.

Os nossos crentes, as nossas comunidades, as nossas instituicoes religiosas precisam de encontrar o carácter superior do amor transformado em obras produzidas em favor dos crentes e dos povos. Por isso, cabe a cada de nós, presentes e ausentes deste fórum o compromisso colectivo para a materialização dos anseios colectivos do nosso povo e da nossa patria. Esta patria e de todos, nao devendo haver cidadaos da primeira e cidadaos da segunda!

Sintam-se em casa na paz do Senhor!


PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DA CIDADE DE QUELIMANE

Manuel de Araújo

Saturday, August 29, 2015

Committee to Protect Journalists Statement

Journalist shot dead in Mozambique



New York, August 28, 2015-An unidentified gunman shot dead a Mozambican journalist who was out jogging in the capital city of Maputo early today, according to news reports . Paulo Machava was the publisher of the news website Diario de Noticias and had worked with Rádio Moçambique and  the weekly Savana, according to reports . Machava was also involved in a campaign supporting an economist and two reporters who are being tried for defamation, thestate news agency said . The economist had criticized former PresidentArmando Guebuza and the reporters had republished the criticism.

"We are appalled by the brazen murder of Paulo Machava and call on authorities to investigate the crime efficiently, identify the motive, and prosecute the killers," said CPJ Africa Program Coordinator Sue Valentine. "Machava's murder has no place in a country striving to build a democracy that two decades ago emerged from civil conflict."

CPJ has documented the killing of only one journalist indirect
relation to his work since the organization began keeping records in 1992. In November 2000, CarlosCardoso , editor of the daily newsletter Metical, was gunned down inMaputo outside his office after the outlet published an investigation into alleged corruption at a major Mozambican bank. In 2003, six men were convicted for the murder,including one, Anibal dos Santo sJunior, who was sentenced to 30 years, according to newsreports . The son of former President Joaquim Chissanowas charged as the mastermind but died before the trial.


·          For data and analysis on Mozambique,visit CPJ's Mozambique page .

CPJ is an independent, nonprofit organization that works to safeguard press freedom worldwide.

Thursday, August 20, 2015

Quelimane, Capital da Cultura!

No ambito das celebracoes dos 73 anos de elevacao de Quelimane a
categoria de Cidade, foram lancadas ontem no Salao Nobre do Concelho
Municipal da Cidade de Quelimane, capital provincial da Zambezia,
cinco obras literarias. Trata-se das obras 'A Ciencia de Deus e o Sexo
das Borboletas' e a 'A Flauta do Oriente' de Daniel da Costa, 'O
curandeiro contratado pelo meu edil' e 'A adubada Fecundidade E outros
contos'  de Dany Wambire e 'Almas em Tacitas' de Lino Mukurruza.
Daniel da Costa reside na Cidade de Tete, Dany Wambire na Cidade da
Beira e lino mukurruza na cidade de Lichinga.

No Sabado, dia 22 de Agosto, sera lancada a obra 'Pneu em chamas' do
escritor Jorge de Oliveira.

Saturday, May 23, 2015

Carta Aberta ao Ministro Mesquita

Caros concidadaos!

Pretendo com este blogue iniciar um movimento onde os utentes da companhia de bandeira partilhem as suas experiencias no sentido de ajudar a melhorar os servicos da companhia e quem sabe tambem ajude  a acabar com o monopolio desta companhia, razao fundamental, a nosso modesto ver, da sua ma performance!


Apesar de possuir profissionais de grande calibre, os servicos prestados pelas nossas Linhas Aereas de Mocambique deixam a desejar: saoa avarias constantes que deixam os utentes 'literalmente pendurados', sao 'antecipacoes de voos' sem aviso previo, sao atrasos sem explicacao plausivel, sao voos que deveriam sair num dia e so saem no dia seguinte e invariavelmente quem arca com as consequencias somos nos que pagamos os bilhetes!

Por razoes profissionais, desloquei-me a Durban. Na ultima Quarta feira, dia 21 de Maio 2015, fiz o voo de regresso Durban-Maputo, saindo de Durban no voo da AirLink, pontualmente com a chegada prevista para
as 11.30, se a memoria nao me trai. Apesar de o aeroporto ter sido encerrado por mais de duas horas (sera necessario encerrar um aeroporto por duas horas, para receber um Presidente de um pais 'non-grato', que como se nao bastasse o facto de termos destruido o nosso pais para ajudar este pais a libertar-se do apartheir, ainda por cima seus concidadaos ingratos matam inocentemente nossos cidadaos, escorracam-nos do se pais e a policia prende, maltrata nossos concidadaos! Mas isso e pano para outra manga!

Dizia eu que o aeroporto foi encerrado por duas horas, pelo que sei porque o famoso lider nao chegou a hora marcada, fazendo o nosso Presidente 'apanhar seca! Essa do Presidente Nyussi apanhar seca comeca a ser norma! Apanhou com o Lider da Renamo e desta vez parece que apanhou tambem com o seu homologo sul africano, o que nada abona, pelo menos na segunda hipotese a nossa 'auto-estima'!

Chegados a Maputo fiz-me a cidade, pois tinha algumas reunioes programadas e cerca das 14.00 horas mandei fazer o check in! Qual nao foi o meu espanto!: o meu voo havia sido antecipado em mais de 7 horas!

Nao acreditei! Que raio de eficiencia e essa? E porque e que nao informaram ao passageiro, a agencia que comprou o bilhete, COTUR ou a instituicao que mandou comprar os bilhetesm neste caso a Chemionics? Porque tinha um compromisso inadiavel no dia seguinte as 11.15 minutos em Quelimane, pensei em apanhar o voo para Nampula! naquele dia para meu azar todos os voos a Nampula ja haviam partido! A unica solucao era voar para Beira e depois fazer mais de 1000 kms em 09.00 horas de carro numa estrada Nacional que a nossa vergonha nacional por falta de manutencao!

Para a Beira so havia um voo as 19.00 horas que felizmente saiu a horas! As 20.15, num voo sem turbulencias cheguei a Beira e de la iniciei a turbulenta viagem de regresso a casa que iniciou as 02.30 da manha e so terminou as 10.00 horas com todos os riscos a isso associados!

A pergunta que faco e simples: ate quando o monoolio das Linhas Aereas de Mocambique na
na espinha dorsal- Maputo-Beira-Quelimane-Nampula-Pemba?

E mais nao disse!

Manuel de Araujo

Anuncio de Vagas

A Chemonics International, é uma empresa de consultoria baseada nos Estados Unidos da América e está a recrutar profissionais para o Programa de Adaptação das Cidades Costeiras (CCAP), que visa aumentar a resiliência das cidades costeiras aos efeitos das mudanças climáticas, por um lado, incorporando aspectos de adaptação às mudanças climáticas nas actividades, processos e planos de desenvolvimento municipal e, por outro lado, apoiando na implementação das medidas adaptativas. Assim sendo, procura candidatos para duas posições abaixo descritas:
1. Conselheiro Municipal – baseado em Quelimane: dentre várias responsabilidades que o candidato irá desempenhar destacam – se as seguintes: Trabalhar em estreita colaboração com diversos actores e directamente com funcionários municipais para desenvolver e implementar um programa de formação e assistência técnica para melhorar os seus conhecimentos técnicos sobre a adaptação às mudanças climáticas (AMC) e redução de risco de desastres (RRD) com ênfase na prestação de serviços municipais resilientes;
Qualificações:
 Mestrado em políticas públicas, administração pública, gestão ambiental ou outras áreas relevantes, ou o nível de Licenciatura e 5 anos de experiência em administração de municípios ou administração pública;
 Experiência comprovada na administração municipal, administração pública, participação cívica, desenvolvimento comunitário, sociedade civil e planificação de políticas;
 Experiência em programas de adaptação às mudanças climáticas em África ou na sub-região da África Austral será preferida;
 Fluência em Português e domínio de Inglês.
2. Conselheiros Comunitários – baseados em Quelimane e Pemba: dentre várias responsabilidades destacam se: Garantir e fazer o acompanhamento de todas as actividades de nível comunitário e que estas sejam implementadas de acordo com os princípios e procedimentos do Programa. Parte das intervenções a este nível visam a proactividade das comunidades para a melhoria das práticas de higiene e saneamento, gestão comunitária de recursos naturais, medidas e as boas prácticas de gestão e protecção costeiras para redução da sua vulnerabilidade aos efeitos das mudanças climáticas;
Qualificações:
 Nível de Licenciatura em estudos de desenvolvimento, ciências biológicas, gestão ambiental, ciências sociais ou equivalente;
 Ter 5 anos de experiência efectiva em actividades de mobilização comunitária;
 Habilidades de comunicação e facilitação;
 Experiência na área de comunicação para a mudança de comportamento;
 Conhecimento sobre a extensão rural, Diagnóstico Rural Participativo (DRP), gestão de recursos naturais e redução de riscos e desastres;
 Experiência em programas de adaptação as mudanças climáticas, será uma vantagem;
 Fluência em Português e conhecimentos sobre as línguas Macua e Chuabo é uma vantagem;
 Habilidades orais e escrita de inglês é uma vantagem
Locais de trabalho:
 O Conselheiro Municipal estará baseado no Município de Quelimane
 Os Conselheiros Comunitários estarão baseados (1) Município de Quelimane (1) Município de Pemba.
Métodos de Candidatura: Todos os candidatos interessados deverão submeter os seus CV´s com uma carta de apresentação para o seguinte endereço electrónico: vacancies@ccap-mz.org indicando no assunto a posição pretendida até as 17 horas do dia 31 de Maio de 2015. Não serão aceite nenhuma solicitação por telefone. Apenas os candidatos seleccionados serão contactados.

Tuesday, January 27, 2015

Para Quando um Plano Marshall para a Zambezia?

Para quando um Plano Marshall para a Zambezia? Tres pontos para Carlos Agostinho do Rosario no seu regresso a 'Casa'! 

No nosso artigo da semana passada, pediamos accao energica e flexibilidade ao novo governo no que se refere as calamidades naturais que afectam a provincia da Zambezia! Pediamos, inter alia, que o Novo Primeiro Ministro, visitasse urgentemente a zona para, in loco, verificar as condicoes no terreno, o que lhe permitiria ajuizar os desafios no terreno e o tomar de posicoes face a enormidade da catastrofe! Pedimos muito, e verdade, inclusive que a primeira reuniao do Conselho de ministro fosse em Mocuba, mas como se sabe, em 'tecnicas de negociacao', os pontos de partida devem ser ou estar um pouco acima do realmente desejado ou esperado, por forma a que se consiga o que se quer! 

 Do ponto de vista de resposta institucional, ficamos bastante sensibilizados, quando nos demos conta de que o Primeiro Ministro, nao esperou por protocolos para por maos no terreno! Arregacou as mangas e la veio a Quelimane, mesmo sabendo que a provincia ainda nao tenha Governador! E mais, mesmo sabendo que tanto o Cessante, como o Novo Governador, bem como a Ministra da Administracao Estatal e Funcao Publica, na sua qualidade de mandaratia do Chefe do Estado chegariam no mesmo dia! O Primeiro Ministro, de forma pragmatica 'arranjou' formas de ca vir, antecipando-se em hora e meia a chegada do Governador e da Mandataria! Esta atitude e por nos saudada, pois como afirmaramos no artigo anterior quando estao em causa vidas, as regras protocolares cedem a sua primazia para dar lugar ao pragmatismo! Foi por isso que fizemos vista grossa a grave falha protocolar da Secretaria Permanente da Provincia da Zambezia, que no vazio do poder, entre a exoneracao do Governador Verissimo e a tomada de posse de Razak, nao soube coordenar pragmatismo e protocolo, tendo-se 'esquecido' de informar as autoridades competentes para a cerimonia de recepcao do Primeiro Ministro na sua primeira visita oficial depois da tomada de posse a uma provincia! Uma omissao protocolar grave do lado da Secretaria Permanente, se tivermos em conta nao so que (1) Carlos Agostinho do Rosario desempenhava ate a pouco a funcao de Embaixador Extraordinario e Plenipotenciario de Mocambique em varios paises asiatico, onde o protocolo e seguido a risca, como tambem se tivermos em conta o discurso do Chefe de Estado na Cerimonia de Tomada de Posse, onde apelava a inclusao e competencia ! E que esta omissao protocolar poderia ter manchado a primeira visita do Primeiro Ministro e usada como mais uma prova da dissonancia entre o discurso de Nyussi e a Practica! Felizmente, a simplicidade e informalidade de Carlos Agostinho do Rosario resolveu o problema, mas ca fica o aviso a navegacao: funcionarios nao preparados podem manchar a imagem dos superiores hierarquicos pois em politica nem sempre contam os factos mas sim as percepcoes sobre os factos! A mulher de Cesar nao basta que seja fiel, deve parece-lo!

Como pediramos no nosso artigo, ficamos sensibilizados e quica satisfeitos com o numero de ministros que se deslocaram a Zambezia, para in loco verificar a situacao no terreno, nomeadamente a (1) Ministra da Administracao Estatal e Funcao Publica, a (2) Ministra da Saude, (3) o Ministro das Obras Publicas e Gestao Hidrica! A grande omissao foi a ausencia dos ministros da Industria e Comercio e da Accao Social, Criancas e Genero, que a nosso ver, deveriam ca ter estado, nao so (no primeiro caso) para solidarizar-se com os empresarios da regiao e com eles discutir ideias praticas para minimizar o impacto da crise na actividade economica como a possivel reducao do preco do combustivel, e no caso da ministra do Genero, Criancas e Accao Social, para verificar o impacto da crise nas criancas, mulheres, idosos! E que senhora ministra, se nao sabia, fique sabendo que a provincia da Zambezia e aquela que tem os maiores indices de mortalidade infantil, materno-infantil e juvenil-infantil no pais! Ou seja e aquela provincia onde mais se morre (tirando Cabo Delgado e Manica)! E sendo a segunda provincia mais populosa do pais, esta crise se nao for bem gerida podera afectar a performance de Mocambique nos Millennium Development Goals! 

Satisfez-nos a visita de Carlos Agostinho de Rosario que no seu pragmatismo e simplicidade caracteristicos 'conseguiu inventar' tempo para auscultar uma parte importante da 'Opiniao Publica Zambeziana' sobre aspectos sensiveis da Zambezia, que ele bem conhece e do pais! Alias aqui na Zambezia nos cantamos sempre, os nossos Verdes Campos', o Hino do saudoso Conjunto Primeiro de Maio que inter alia lembra-nos que : 'E preciso auscultar, aquele que vai, realizar! Mas afinal, e o proprio povo, quem vai realizar, e o proprio povo, que ai se encontra o segredo do povo'! 

O unico senao nesta visita, foi o de nao ter aproveitado a ocasiao para cumprimentar o Lider da Oposicao, que se encontrava na cidade de Quelimane! Esta ousadia, quebraria o gelo, criando condicoes favoraveis para as negociacoes em curso! Em politica, nao basta sabedoria, simplicidade, e necessaria alguma astucia e coragem para fazer coisas que nao estao no 'Menu'! Para ja vao tres pontos para Carlos Agostinho do Rosario! 

Somados os pontos, aguardamos por uma accao energica porque de facto, a espinha dorsal da Zambezia esta quebrada! Aquilo que a guerra nao conseguiu fazer em 1986, 87, 88 a natureza responsabilizou-se de o fazer -dividir o pais pela Zambezia, com os impactos ja a vista! Se os ultimos 39 anos transformaram a Zambezia da maior economia provincial do pais para a mais empobrecida, as chuvas conseguiram aquilo que ate aqui nenhum exercito conseguira fazer, esquartejar e por em coma a economia da Zambezia! Nas condicoes actuais, nao se pode sair da Zona Sul para a zona centro da Zambezia, nem da zona centro para a zona norte (com cinco cortes na EN1 (dois cortes no rio Licunco, um corte no Rio Namilate perto da famigerada zona de Morrotone, outro no Rio Nivo e assim por diante entre Mocuba e Nampevo! Nao se pode sair do Ile a Gurue e nem de Milange a Gurue! Nao se pode sair de Gurue a Cuamba! E muito menos de Quelimane a Maganja ou Macuse! Nao se pode sair de Mopeia a Luabo! E nem se pode sai de Ile a Lugela! A economia da Zambezia se ja estava de joelhos, agora esta literalmente em coma! E para ressuscita-la precisamos de UM Plano Marshall para a recuperacao do tecido economico e social, das infrastruturas e dos empresarios(foi o plano que os EUA implementarao para a recuperacao da Europa depois da Segunda Guerra Mundial) sem este plano, a recuperacao da Economia Zambezia continuara a ser uma miragem, fazendo com que milhares de zambezianos e nao so continuem a vegetar nos mercados de Macurungo, Goto, ou Estrela Vermelha! Alias sendo a provincia que mais sofreu pelos efeitos da Guerra dos 16 anos, esse Palno Marshall esta no minimo atrasado 23 anos! E para comecar, uma vez que o preco do barril do petroleo no mercado internacional baixou de mais de cem dolares para menos de cinquenta, sugiro uma reducao no preco do combustivel, senao para o pais inteiro, pelo menos numa fase experimental, para as zonas centro e Norte do pais que estao ha tres semanas as escuras!

Tuesday, June 24, 2014

Mensagem do Presidente do Concelho Municipal da Cidade de QUelimane por Ocasiao da Celebracao dos 29 anos da Proclamacao da Independencia Nacional

CONSELHO MUNICIPAL DA CIDADE DE QUELIMANE
Gabinete do Presidente

Mensagem do Senhor Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane, Professor Doutor Manuel de Araujo, pela passagem dos 39 anos da independência no actual contexto político nacional

Caras Munícipes da Cidade de Quelimane,
Caros Munícipes da Cidade de Quelimane,
Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, Irmãos, amigos, moçambicanos e moçambicanas residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane,
Não nos é possível falar do dia 25 de Junho, sem antes recordarmos o processo que conduziu a esta data. Por isso, meus irmãos, deixem-me dizer que o processo de libertação desta pátria, tinha como objectivo aglutinar todas as camadas da sociedade moçambicana num mesmo ideal de liberdade, unidade, justiça e progresso, cujo escopo era libertar a terra e o Homem. Por isso, em 1975, quando os moçambicanos celebravam a independência nacional todos esperavam ver devolvidos para si os direitos e as liberdades fundamentais que o processo histórico anterior não os tinha conseguido dar. Foi assim que os moçambicanos esperavam que a independência nacional fosse uma oportunidade para eliminar as estruturas de opressão e exploração colonial; estender o poder popular democrático para todos; edificar a economia independente, promover o progresso cultural e social; consolidar e defender a independência e a unidade nacional; e estabelecer relações de amizade e cooperação com outros povos e Estados.

Por causa daqueles sublimes propósitos consagrados no contexto da independência nacional, queremos hoje, como Munícipes da Cidade de Quelimane, Moçambicanos deste País transmitir o nosso mais elevado sentido de agradecimento a todos aqueles quelimanenses, zambezianos e moçambicanos que nos anos 60 e 70 tiveram a aguerrida coragem de lutar para que este País ficasse independente da dominação colonial. Agradecemos de forma modesta e humilde a todos aqueles que directa e indiretamente abdicaram da sua juventude e ofereceram as suas vidas na esperança de que as actuais gerações viveriam num ambiente político onde gozariam de liberdade e se beneficiariam de forma justa dos processos de distribuição da renda. Estendemos o nosso agradecimento e partilhamo-lo com aos povos e países irmãos que logo na primeira hora prestaram seu apoio incondicional ao processo, a logística, as estratégias e o abnegado apoio financeiros alocados para luta de libertação da Pátria e dos moçambicanos.   
Apesar dos agradecimentos que endereçamos àqueles que contribuíram para a independência deste País, importa recordar que os 39 anos da independência deste país foram brutalmente fustigados por um conjunto de desafios que colocaram os moçambicanos na contramão dos objectivos da independência. Por isso, achamos que a melhor maneira de celebrarmos a passagem de 39 anos da independência seria contemplarmos de forma colectiva e procurarmos perceber, em que medida, a independência alcançada em 1975, a elite política dirigente que esteve na direção do País conseguiu eliminar verdadeiramente as estruturas da opressão, da exploração, da corrupção, do desemprego e do nepotismo.
Ao celebrarmos esta data precisamos de fazer uma radiografia bastante profunda para procurarmos perceber o real significado dos 39 da independência nacional. Infelizmente a radiografia apresentada nos relatórios nacionais e internacionais revelam que os índices de pobreza no país são bastante elevados. Celebramos os 39 anos da independência num contexto em que mais de 60% dos habitantes vivem abaixo da linha de pobreza absoluta. Mais de 91,5% da população não tem acesso a água potável, a corrente eléctrica e a renda e baixa. Celebramos 39 anos da nossa independência num contexto em que a taxa de analfabetismo da população com mais de 15 anos de idade situa-se na ordem dos 70,5%. Sobre estes dados gostaríamos de recordar que muito recentemente foram apresentados dados de uma pesquisa sobre as condições de vida das crianças ao nascer. Entretanto, de acordo com os resultados da pesquisa, Moçambique está entre os piores países onde uma crian­ça pode (ter o azar de) nascer. A taxa de mortalidade infantil é de 153 por 1000 bebés ao nascerem. O trágico relatório que mencionamos indica que em Moçambique a mortalidade em crianças menores de cinco anos é de 89,7 em cada 1000 nados vivos. Estes números levantam vários questionamentos sobre os desafios que o pais enfrenta 39 anos depois da proclamacao da nossa independencia.

Precisamos de questionar, se a independência alcançada à 39 anos não terá simplesmente mantido as relações de opressão e de dominação, que desta vez passaram a ser praticados por uma elite política nacional que teve o privilégio participar e de liderar o processo da libertação do País. Será que depois da independência foi possível estender e reforçar efectivamente o poder popular democrático para os municípios e distritos do País? Numa dimensão das políticas sociais questionamos, se a independência assegurou a maioria dos cidadãos moçambicanos o acesso da água potável, o acesso à rede escolar e hospitalar, o acesso facilitado dos transportes, o acesso a terra. Terá mesmo a independência conseguida aumentar a quantidade e qualidade de calorias que cada moçambicano consome e que consequentemente implicaria o aumento dos anos de vida de cada um de nós? Decorridos mais de 39 anos da independência nacional, que factores justificam o actual estágio letárgico da independência em que o País se encontra? 

Paises ha que depois de 40 anos do alcance da independencia nacional lograram feitos qualitativamente maiores que o nosso, estamos a falar dos tigres asiaticos – A Singapura (que tivemos oportunidade de visitar recentemente), o Taiwan, a Coreia do Sul, e digamos Hong Kong. Mas tambem aqui no nosso continente paises ha que conseguiram dar passos gigantescos nao so na producao e acumulacao da riqueza mas tambem na reducao e combate a pobreza. Estamos a falar de paises como o Botswana, Mauricias, Ruanda, Ghana e outros. A pergunta obvia que sobressai e: qual foi a varrinha magica que esses paises usaram e que nos nao soubemos capitalizar? Que modelos, que estrategias de desenvolvimento economico usaram? Por que caminhos trilharam? E mais o que e que podemos aprender deles?
Se tentarmos responder a este questionamento, não teremos dúvida ao afirmar que factores internos, regionais e globais influenciaram sobremaneira a nossa trajectoria nos ultimos 39 anos. Mais concretamente a fraca compreensão da linha de orientação política e económica que o País adoptou em 1977, o socialismo, comprometeu o nosso desenvolvimento e desestruturou a sociedade que almejávamos construir quando alcançamos a independência. A corrupção que tinha iniciado no tempo das cooperativas de consumo e das lojas do povo; a prática da tortura, da violência e intolerancia que se tinha institucionalizado na constituição e materializado nos mais violentos campos de concentração; a ineficaz e macéfala construção do Estado, fortemente dimensionado ao nível central e fraco ou mesmo inexistente ao nível local; a falta de compromisso da elite política com relação a um projecto de desenvolvimento justo e equilibrado do país influenciou negativamente o estágio negativo de desenvolvimento em que o país se encontra atualmente. Factores conjunturais regionais como o Apartheid e globais como a guerra fria, encontraram terreno fertil no nosso pais para interferir e aliar aos factores internos que retardaram o nosso crescimento como nacao.
A resistência de certa elite política nacional em aceitar e acolher a necessidade de uma transição mais pacífica e efetuar uma ruptura definitiva com as práticas nocivas das estruturas daquele modelo nocivo de governação, poderá retardar para mais tempo, o almejado desenvolvimento procurados, nos últimos 39 anos, pelos moçambicanos. 

Caras Munícipes da Cidade de Quelimane,
Caros Munícipes da Cidade de Quelimane,
Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, Irmãos, amigos, moçambicanos e moçambicanas residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane, 

Ao celebrarmos os 39 anos da independência deste País não poderemos deixar de recordar momentos de tristeza, de tumultos, da fome colectiva, da pena de morte, dos centros de reeducação, da mortalidade infantil, da má nutrição, de uma qualidade de vida cada vez mais degradante e índices da pobreza que crescem cada vez mais de forma logarítmica e exponencial. Em outras palavras, para os moçambicanos, para os munícipes da Cidade de Quelimane, a história da independência, ao trazer a liberdade para uns, negou-a a outros, ao trazer a independencia para uns, negou-a a tantos outros, criando desta forma no pais mocambicanos da primeira, mocambicanos da segunda e mocambicanos da terceira, dando a uns o que retiravam a outros, ! negou-os a existência digna e condigna como seres humanos! Esta situação degradante, a que estivemos sujeitos, derivou da direcção política e económica pensada e implementada de forma desajustada da realidade nacional. Por causa dela, os moçambicanos foram empurrados a um terreno lamacento, desconfortável e penoso. É neste terreno abominável onde, mais do que nunca, somos hoje um povo altamente endividado, o que não nos confere a dignidade, que merecemos no concerto das nações. Por causa destes males e dos erros na orientação política e económica, Moçambique transporta uma dívida de aproximadamente 5 bilhões de dólares, o que não justifica o estágio letárgico da pobreza em que a maior parte dos moçambicanos, hoje se encontram subordinados.
Hoje aos Munícipes da Cidade de Quelimane e aos moçambicanos, adjudica-se a difícil tarefa de justificar como e porque, os piores males da sua história, só para citar alguns: a) a ansiedade desesperada da actual elite política que pretende reinstalar modelos de administração do Estado autoritário para, de forma saudosa, voltar a privar as liberdades políticas e económicas dos moçambicanos; b) a crescente onda de desemprego, empobrecimento e desespero na quais milhares de moçambicanos estão sujeitos a viver num País de contrastes no qual uma pequena elite acumula de forma indisciplinada e egoísta a riqueza nacional, sem que existam políticas sociais que assegurem a justeza no processo de distribuição da renda; c) a violencia politica e eleitoral que resultou nas mortes bárbaras e brutais do músico Maxi Love, do jornalista Carlos Cardoso e do economista Siba-Siba Macuacua, cuja justiça ainda se revela inoperante para julgar os culpados e a culpa corre o risco de morrer solteira; d) as agressões públicas que têm sido praticadas pelas nossas Forças de Defesa e Segurança, contra os antigos trabalhadores moçambicanos na República Democrática da Alemanha e os desmobilizados de guerra; são de entre muitos outros sinais reveladores de que os 39 anos da independência foram e continuam sendo profundamente marcados por profundas chagas que só a próxima geração de líderes poderá sara-las!
Sobre estes sorumbáticos desafios do processo da moçambicanidade, precisamos reafirmar que os anos da independência deste país constituíam um período de ocasiões perdidas e da nossa condenação. Durante 39 anos fomos, assim, condenados a pobreza, a ignorância, ao comunismo, a pena de morte, a mortalidade infantil, a fome, ao desemprego, e muitos outros males perversos e sinistros efeitos das opções políticas, económicas e da governação. Ao celebrarmos os 39 anos da nossa independência os moçambicanos precisam exigir deste governo o preco dos anos perdidos pela ma gestao e ma governacao. Ha vários elementos da nossa história e do nosso processo de desenvolvimento que ainda permanecem em aberto. A título de exemplo, os moçambicanos precisam de exigir deste governo as explicações definitivas sobre os contornos que levaram a morte do seu primeiro presidente no período pós-independência. Os moçambicanos precisam de saber porque somente uma pequena elite do país consegue acumular de forma desenfreada e uma maioria continua submersa num profundo manto de pobreza. Estará a nossa elite política tentando dizer que os moçambicanos que vivem abaixo do nível da pobreza são preguiçosos e a elite política que se enriquece é a mais corrupta? Os moçambicanos precisam de saber nesta data, por que motivo o seu país é beliscado nos relatórios internacionais onde constamos na lista dos países mais corruptos do mundo, violadores das liberdades políticas e dos direitos humanos? Para além destas questões, ao celebrarmos os 39 anos da nossa independência, os moçambicanos precisam de saber contornos clandestinos e não transparentes ligados ao caso EMATUM, para que de forma transparente os parcos recursos provenientes das mais valias passem a ser geridos.


Caras Munícipes da Cidade de Quelimane,
Caros Munícipes da Cidade de Quelimane,
Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, Irmãos, amigos, moçambicanos e moçambicanas residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane, 
Através desta mensagem, temos mais uma oportunidade de transmitir aos moçambicanos, aos munícipes da cidade de Quelimane que temos a obrigação de juntos sairmos da contramão e procurarmos caminhos alternativos ao desenvolvimento, ao crescimento, ao emprego, à justiça social e a equidade na distribuição e acesso aos recursos. Os Municípios das Cidades da Beira, Quelimane, Nampula e Gurué através de um Movimento melhor estruturado e determinado nos propósitos do País, deram sinais precisos de mudanças na direcção certa. Os resultados de tais mudanças são cada vez mais animadores e encorajadores. Por isso, ao celebrarmos os 39 anos da independência, a nossa geração é convidada a pensar e repensar nas formas de participar na elaboração de um futuro diferente, do presente que nos é dado a viver e a observar.
Para isto precisamos compreender que a nossa moçambicanidade é avaliada pelo desafio árduo da nossa capacidade de superar o passado impregnado no sofrimento manchado pela tortura, matança, pela pobreza, pelo desemprego, pela ganância e pelos desequilíbrios que levam a exclusão de certos grupos sociais, económico e culturais do acesso aos recursos públicos. O projecto independentista lançado pelos combatentes de 1975 e que transportava o conceito da moçambicanidade só seria avaliado pela capacidade que, como Munícipes da Cidade de Quelimane, como moçambicanos deste País, teríamos de perdoarmos, e nos reconciliarmos pelos deslizes cometidos e sofridos, no passado e no presente. A nossa moçambicanidade e os 39 anos da nossa independência devem ser avaliados, sobretudo pela nossa determinação de darmos as mãos e juntos construirmos um futuro comum, desenhado e contido numa agenda colectiva que não deve ser hipotecada por nenhum partido político, nenhum actor político, económico e/ou social e muito menos por nenhum grupo étnico nem tribal. Verificamos com tristeza que existe no mercado político um produto falacioso de que o futuro deste país depende de um único partido político. Desaprovamos com veemência este tipo de pensamento que nos parece tinhoso, deselegante, desairoso e desonesto! Por isso, quando assumimos a liderança tanto em Quelimane, Beira, Nampula e Gurué, mudamos o paradigma tradicional que lá se tinha instalado durante mais de três dezenas de anos e apelamos para um novo pacto político onde aquelas regiões do país deveriam ser o espaço para todos. Dai o nosso slogan: queremos um Moçambique para Todos. Recordamos que com este slogan queremos e estamos mostrando que o futuro de Moçambique depende do nosso nível de coesão, de solidariedade, de confiança recíproca e de um novo pacto político e social que deveremos construir e consolidar a partir de 15 de Outubro deste ano.
Caras Munícipes da Cidade de Quelimane, Caros Munícipes da Cidade de Quelimane,
Minhas Irmãs, Meus Irmãos, Minhas Mães, Pais, Irmãos, amigos, moçambicanos e moçambicanas residindo nos diferentes cantos deste Município da Cidade de Quelimane, 
Celebramos os 39 anos da independência num contexto em que o país vive momentos tristes de tensão política que para além de ceifar vidas humanas compromete os progressos económicos que se tinham alcançado depois da assinatura dos Acordos gerais de Paz. Hoje reiteramos mais uma vez que os caminhos da procura da paz exigem estratégias, metodologias apropriadas cuja intermediação, se torna uma plataforma ou instrumento a valorizar. As estratégias irresponsáveis e inconsistentes adoptadas para arrastar o diálogo entre as partes envolvidas, e dali retira-lo o mérito e a validade; a fraca abertura das partes para dialogarem com honestidade, clareza, humildade só servirão para descredibilizar os resultados alcançados nos últimos 21 anos da paz em Moçambique e colocar na encruzilhada o sonho, a esperança deste povo que quer se reerguer. É nestes termos que mais uma vez, fazemos um apelo a todas organizações da sociedade civil, as lideranças das diversas confissões religiosas, aos filósofos, aos parceiros do processo de desenvolvimento, a SADC, a Uniao Africana (UA), as Nacoes Unidas, aos académicose intelectuais, aos operarios e camponeses, aos jornalistas, aos funcionarios publicos e das ONG’s, as confissoes religiosas para que de forma neutral, isenta e imbuídos da sabedoria platónica se desdobrem em busca da paz e da estabilidade política que tende a voar, e pode desaparecer! É nos fundamentos da justiça social, da equidade na distribuição de recursos, na redução dos fossos de desigualdade entre pobres e ricos, na abertura, no diálogo fraterno e honesto, onde deveremos procurar e encontrar os fundamentos da paz que os moçambicanos não querem nunca mais deixar e muito menos ver a voar. Combinamos estes apelos com o reconhecimento colectivo da importância da unidade da família moçambicana.
Os Munícipes da Cidade de Quelimane, os Moçambicanos, devem redefinir o pacto político e social, que até ao momento, revelou-se frágil, inapropriado e não ofereceu aos moçambicanos o volume de confiança, o perímetro da eficiência e da eficácia das liberdades políticas e sociais, de que os moçambicanos têm de usufruir como um direito inalienável. É importante reconhecer que, a guerra, a arrogância, a corrupção, a intolerância, a brutalidade e a ganância, comprometem a esperança e a expectativa que os moçambicanos desenharam no contexto da independência nacional. Por isso, o antídoto recomendado para curar a patologia político militar que o País enfrenta só pode ser encontrado nas políticas económicas e sociais que podem colocar todos moçambicanos no centro da agenda. Tais antídotos devem garantir a equidade na distribuição e acesso colectivo dos recursos deste País. Uma boa administração deste antídoto (formulação, aprovação e implementação de políticas sociais e económicas justas) ajudarão a sarar, de forma sustentável, as feridas profundas que constituem factores de tensão política que, de forma arriscada confronta os moçambicanos.
Por isso, reafirmamos que Moçambique precisa de uma política social justa que não favoreça, unicamente, àqueles que estão situados mais próximos do raio do poder; que não satisfaça uma elite política minoritária que detém forte apoio dos militares e da polícia; mas sim, que favoreça os que dedicam as suas energias em prol do bem-estar colectivo. Tudo isto pode, e deve ser possível, desde que os moçambicanos, juntos, com humildade, sabedoria e inteligência, procurem e encontrem os caminhos efectivos da paz e da estabilidade do País. Dai, realçamos a importância da ampliação do campo político e económico assegurado com o envolvimento activo das organizações da sociedade civil, das lideranças religiosas, dos académicos. Assim, todos teremos um papel importante a jogar no processo de construção da paz e da moçambicanidade que os 39 anos da nossa independência, pensou-se ser responsabilidade, propriedade e monopólio ganancioso de um grupo minoritário, que não conseguiu oferecer, na plenitude o mínimo das liberdades e da independência, que ainda continua sendo tanto procurada pelos moçambicanos!  A paz e possivel! A paz e urgente! Nao a guerra e sim a paz de todos, com todos e para todos!
Manuel de Araujo,

Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane